Dentro de todos nós habitam duas forças distintas e fundamentais, a energia masculina e feminina. Seguimos pelos caminhos que escolhemos ou pelos quais somos convocados pelo destino, e, na maioria das vezes, pela inconsciência da dinâmica de atuação dessas polaridades energéticas, usamos mais uma potência que outra – e permanecemos em desequilíbrio. Manifestamos a energia masculina de forma deturpada quando vivemos agitados - fazendo mil coisas ao mesmo tempo; quando agredimos com ações ou palavras; quando somos violentos; quando controlamos excessivamente, dominamos ou subjugamos. O feminino está em desequilíbrio quando somos preguiçosos ou nos sentimos cansados ao extremo sem motivo aparente; quando somos condescendentes ou nos vitimizamos (mediante pessoas ou situações); quando nos deixamos ser agredidos ou humilhados sem estabelecer limites saudáveis e amorosos. Normalmente expressar mais uma força que outra é um modo de nos proteger e amortecer da dor derivada de traumas da infância e da vida adulta (dessa e de outras existências) – dores que de algum modo, para sobrevivermos, precisaram ser embutidas no inconsciente. Temos inúmeros bloqueios a nível consciente e também inconsciente, e entendo que o medo é um dos sentimentos que representam o maior óbice à integração de nossa essência. Os processos terapêuticos nos auxiliam a enxergar e encontrar caminhos de cura (cura de nós mesmos). Curas que vêm aos poucos, pois possuímos ritmos internos diferentes. Precisamos ser pacientes conosco, pois a natureza não dá saltos, e determinadas compreensões só chegam quando estamos prontos a elas. Aos poucos absorvemos os aprendizados, seguimos mais experientes e habilitados a relações mais harmoniosas. O desafio mora em equilibrarmos cada polo dentro de nós, e adquirir o discernimento e a sabedoria na condução de nossas faculdades. Cada situação nos pede determinada atitude: saber a hora de falar e a hora de calar; intuir quando devemos nos recolher; correr atrás dos nossos objetivos; tomar ou não uma ação. Este é um dos motivos do nosso caminhar pela Terra - a vida, como exímia professora, nos apresenta inúmeras e abençoadas oportunidades relacionais que servem como exercícios, onde é permitido errar, recomeçar e acertar... não podemos estacionar à beira do caminho, é nos movendo que nos gabaritamos. A meta maior é a integração interior de ambas as energias (masculina e feminina), dirigindo-nos à autorrealização e elevação à unidade de Tudo o que É. Com amor,
Aline Keny
Imagem por MeditativeMind

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