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Laços ou Nós Afetivos?

relações saudáveis

Toda relação é dinâmica. Relação é a capacidade de estar sempre dando novos laços (re-lação). Muitas vezes, quando estamos nos relacionando afetivamente, parece que estes laços tornam-se nós difíceis de desatar.


É comum as pessoas se relacionarem a partir de suas próprias referências pessoais, expectativas e ideais. Porém, o laço vira nó se esse ponto de vista se transforma em uma forma rígida de relação, onde se espera que o outro corresponda a essas expectativas plenamente. É um equívoco esperar no outro a “cara metade” ou a “alma gêmea”, como se, ao encontrá-la, nos tornássemos completos, estáveis e seguros.


Na psicoterapia existencial, o psicólogo remete a pessoa a se compreender em suas relações. E, geralmente, quando uma relação afetiva não está indo bem, percebe-se um engano da pessoa em depositar no outro a responsabilidade de sua felicidade ou infelicidade. Isso ocorre porque não estamos acostumados a nos ver como seres únicos, sós e livres no mundo. Solidão e liberdade são temas dos filósofos Heidegger e Sartre, nos quais a psicoterapia existencial se fundamenta. Muitas vezes, procuramos em nossas relações afetivas aplacar a angústia e o desconforto que é assumir a própria existência. E dói muito admitir isso. É mais fácil esperar alguém que nos tire dessa posição solitária e responsável, alguém que, pelo simples fato de nos amar, atenderia nossas necessidades e nos completaria como num passe de mágica.


A pessoa que escolho para me relacionar afetivamente sempre será uma pessoa diferente de mim. Segundo o psicólogo Jadir Lessa: “Todos somos diferentes uns dos outros. Não é só na impressão digital. Mais ninguém pode ser eu. Exclusivamente a mim cabe ser a pessoa que sou. Mais ninguém além de mim vê o mundo pelo mesmo ângulo em que eu o vejo. Portanto, ninguém pode compreender plenamente outra pessoa”. Da mesma forma, ninguém atenderá a todas as minhas expectativas, porque ninguém é igual a mim. Mais que na aparência, somos diferentes na forma de pensar, sentir e agir. Somente eu sou responsável pela expectativa que tenho.


Continuando seu pensamento, o psicólogo Jadir Lessa conclui: “O outro, quando me ajuda, faz do jeito dele, não é do meu jeito. Portanto, não me satisfaz plenamente. Só encontro plena satisfação realizando as minhas coisas eu mesmo”. O mesmo acontece nos relacionamentos afetivos: quando o outro me ama, o faz do jeito dele, que não é igual ao meu jeito. E muitos conflitos surgem das infindáveis tentativas de um tentar encaixar o outro no seu jeito de amar. Se a pessoa se deixa encaixar no jeito do outro, então o laço vira nó, enrijece, perde a “folga” que deve existir na relação. Justamente a folga do laço, uma certa distância, é o que garante que cada um mantenha sua individualidade, reconheça-se e diferencie-se na relação.


Se esperamos união (nó) com o outro para o alívio da solidão, a relação poderá ser marcada por ciúmes, dependência, exigências, controle, possessividade e perda das singularidades.


Uma das características mais marcantes do laço talvez seja a sua possibilidade constante de se desfazer. O nó não se desfaz tão facilmente quanto o laço. E, por isso mesmo, se pensarmos a relação como laço, poderemos perceber que, nos relacionamentos de pessoas autênticas e livres, este pode se soltar. Não constitui uma ameaça, mas sim uma forma de compromisso verdadeiro.


A relação deveria ocorrer entre duas pessoas que desejam compartilhar o sentimento mútuo de amor, e não compensar faltas e insatisfações pessoais. Somente uma pessoa que se realiza como um indivíduo singular, que enfrenta e aceita a solidão e a liberdade como condições da existência, poderá estar com o outro sem cobranças, amando-se e amando o outro, respeitando as diferenças e, assim, formando um laço com toda sua harmonia e beleza.



Texto pela psicóloga Flávia Machado


Referência Bibliográfica:

LESSA, Jadir M. Técnicas Psicoterápicas. Editora da SAEP, Rio de Janeiro, 2000.

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