Parceria Afetiva: Como fazer para dar certo?
- Sensei Aline Keny
- 6 de mar.
- 4 min de leitura

Todos procuram sua cara metade, só que para valer a pena, o amor precisa ser leve, é vital que exista confiança; para isto, você tem o poder de fazer melhores escolhas, e o poder de intencionar que isto se manifeste em sua vida. O amor agrega e gera conexão, ele surge quando pessoas se encontram e se conectam, o que estabelece um padrão ressonante – um padrão de afinidade. Quando uma relação “não deu certo” normalmente esbarrou em algum aspecto ainda adoecido do ego dos envolvidos na relação.
Para haver relacionamentos saudáveis torna-se imprescindível a reciprocidade. Uma das leis sistêmicas que regem as Constelações Familiares é o equilíbrio entre Dar e Receber. A Lei do Equilíbrio é a segunda Lei Sistêmica e atua de modo a igualar corretamente as trocas humanas. Para que o relacionamento seja prazeroso e nutridor, e para que haja paz, a lei de equilíbrio deve prevalecer.
O criador da técnica denominada Constelações Familiares, Bert Hellinger, nos ensina que nos tornamos credores quando entregamos algo ao outro e devedores quando recebemos. De modo inconsciente e habitualmente, os relacionamentos se pautam neste equilíbrio entre crédito e débito. As trocas equilibradas sustentam relacionamentos satisfatórios, todavia, quando há algum desnível – o que geralmente ocorre – o relacionamento fica manco, desnivelado, assim, gradativamente a harmonia do casal é dilacerada.
Existe uma dinâmica entre generosos e egoístas. Quando uma pessoa se doa emocionalmente/financeiramente em excesso ao outro, seja por medo de perder, por carência afetiva, ou mesmo por acreditar que está cumprindo a sua obrigação; quando se faz sempre disponível a atender as expectativas do parceiro; acaba se cansando, porque não recebe em igual medida, o que provoca imensa insatisfação e frustração. O generoso acha que se der algo a mais, receberá o que gostaria, e quanto mais dá, menos recebe. Já o parceiro que vibra na ponta egoísta, apesar de sufocado(a), adora receber, e o faz com satisfação, mesmo assim ‘não devolve’ na mesma medida, visto que vibra na escassez. O egoísta sente, de forma inconsciente, inveja do generoso, tendo em vista que gostaria de saber se doar, mas não sabe (ainda não aprendeu). Um dá, o outro só toma. Por outro lado, quem apenas recebe não entende o pacto ali construído e não sabe devolver a energia entregue. A dinâmica entre ‘dar e receber’ pode envolver valores materiais e sentimentais – tudo é energia vibrando em diferentes padrões. Para resolver este dilema: para os tipos generosos, o ideal é ser justo(a) em vez de generoso(a); e para os egoístas o aprendizado está em se doar/retribuir e parar de sugar incessantemente. Trazendo isto ao nível consciente, fica mais fácil sanar estes padrões.
A energia do amor é essencialmente calma e pacífica, alegre e inspiradora. Não é pesada, cansativa, nem trágica. Quando abrimos mão de relacionamentos que só nos puxam para baixo, isso não significa que odiamos a outra parte, significa que nos colocamos em primeiro lugar e que já aprendemos sobre amar a nós mesmos. Autoamor é o primeiro e mais importante amor que deve existir. Se ainda não aprendemos a nos amar de verdade, não saberemos amar sem apego, ciúmes e codependência emocional e financeira. Quando houver qualquer tipo de assédio, seja ele moral, intelectual ou sexual; quando houver opressões e relações que lhe depreciem, se permita afastar-se imediatamente, você tem o direito de estabelecer limites e afastar-se de qualquer coisa que esteja lhe fazendo mal.
Os relacionamentos de Terceira Dimensão, conhecidos como “relacionamentos cármicos”, não contam com um futuro promissor. Relações cármicas carregam emoções muito mal resolvidas – costumeiramente são relacionamentos formados por sentimentos de culpa, medo, dependência, ciúme, raiva; são envolvimentos que para se sustentar, deverão evoluir. A relação só amadurece quanto o propósito do casal está em evoluir juntos, senão, não dura por muito tempo, ou se dura, torna-se uma relação simbiótica e infeliz.
Relacionamentos cármicos têm por objetivo propiciar reencontros para que as pessoas envolvidas finalmente se entendam e se respeitem mutuamente, oportunizando aos envolvidos fazerem escolhas diferentes das que fizeram em vidas passadas. Parcerias conflituosas, onde codependência, controle, e poder exercidos sobre o outro são a via de regra do relacionamento, causam profundos traumas emocionais. Como não existe amor e respeito mútuos, o preferível nestes casos é que os parceiros consigam se desapegar com amorosidade.
Se a união proporciona descontentamento; contínua insatisfação; domínio ou recusa sexual; tristezas; onde, além disso, há agressões físicas; e alguma das partes não consegue se libertar, será necessário repensar – estes são padrões altamente destrutivos, que geram feridas para serem resolvidas até pelas próximas encarnações. Aqui cabe relembrar que a energia do amor é alegre, calma, passa real segurança, estabilidade e no geral nos inspira coisas boas. Relacionamentos não são perfeitos, entretanto, o que é bom reclama predominar. Em muitas vezes, as pessoas se convencem de que precisam ficar juntas porque compartilham o mesmo carma e necessitam resolver questões juntas. A natureza do carma requer ser melhor estudada e compreendida, para que não seja usada como argumento para prolongar relacionamentos destrutivos e que engendram profundo sofrimento para ambas as partes.
Somos 100% responsáveis por nós mesmos(as). A importância desta compreensão é fundamental para que não nos tornemos dependentes de algo ou alguém. Tudo que necessitamos pode ser conquistado através de nossa correta autonutrição, encontrada por meio de alinhamento energético, autocuidado e reequilíbrio mental e emocional. O nosso maior amor mora no fundo de nossos corações. O que vem de fora deve vir para somar e não para sugar.
O adequado é nos relacionarmos com equilíbrio, prezando pela nossa individualidade, respeitando os nossos limites de energia. O que só nos leva “para fora” de nós pode causar desequilíbrios.
Que nunca nos esqueçamos que nossa verdadeira origem é divina, onde somos seres inteiros; somos o Yin e o Yang, o feminino e o masculino; somos o Todo, e por meio do reconhecimento dessas energias dentro de nós, aprendemos a integrá-las. A partir deste ponto atrairemos relações compatíveis com um novo padrão de frequência vibracional, um padrão em Quinta Dimensão. Com a consciência de que a unidade interior é possível, conectamo-nos à nossa Essência Divina com maior facilidade e fluidez – finalmente absorvemos que as chaves para o equilíbrio e para a paz interior habitam na maneira em como compreendemos e elaboramos as experiências que a vida nos apresenta.
Com amor,
Terapeuta Aline Keny
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